Aprenda que cuidados tomar antes de assinar o seguro do carro

Veja que cuidados tomar antes de assinar o seguro do carro.

‘Esperteza’ ao preencher questionário pode resultar em dor de cabeça.
Especialistas falam da importância de entender cláusulas com clareza.

Priscila Dal PoggettoDo G1, em São Paulo

Frequência da utilização do veículo é um detalhe importante

Escolher o melhor seguro para o carro não é uma tarefa tão simples. Falta de informação, más indicações e desatenção ou “esperteza” ao preencher o questionário das seguradoras podem render uma boa dor de cabeça. O primeiro passo para não assinar o contrato de uma verdadeira roubada é procurar mais de um corretor ou bancos que prestam este tipo de serviço e pesquisar bem os produtos oferecidos no concorrido mercado de seguros.

O corretor Ragime Torii, da CRJ Corretora de Seguros, aconselha aquele que queira fazer um novo seguro, ou até mesmo o primeiro, pedir indicação a amigos de confiança que já tenham um contrato. “Há muito ‘picareta’ neste ramo, é preciso tomar cuidado e ter boas referências”, afirma.

Com as referências, o interessado deve pesquisar os diversos planos das seguradoras com mais de um corretor de seguros ou bancos, de preferência, comparar pelo menos quatro planos diferentes. “O consumidor deve procurar o corretor para escolher o seguro que mais se adeque ao seu perfil”, diz a Superintendente da área de Automóveis da SulAmérica Seguros, Simone Sartor.

Em caso de dúvidas o corretor é importante, em especial, para o esclarecimento do questionário das seguradoras, usado para traçar o perfil dos clientes e calcular o valor da apólice. “É preciso ser claro e exato nas respostas. A veracidade garante a cobertura. É um contrato”, observa Simone em relação a possíveis “mentirinhas” usadas para diminuir o preço do contrato.

E a clareza na resposta está ligada à interpretação correta da pergunta. O corretor Ragime Torii fala de um caso em que o proprietário do veículo não mentiu, porém se equivocou com a pergunta. “A pessoa morava em uma casa estilo americana, sem muro, com um portão na frente, gramado e uma corrente delimitando o terreno. Ele achou que o espaço para o carro podia ser considerado uma garagem, mas não era. Quando roubaram o carro, o seguro não pagou, porque no questionário o proprietário dizia que tinha garagem e a empresa constatou que não tinha”, conta Torii.

Franquia e assistência
Seja feito por meio de um corretor ou por um banco, a superintendente da SulAmérica Seguros também destaca a importância do valor da franquia e da assistência prestada pela empresa. Segundo ela, é preciso esclarecer detalhes como a frequência da utilização do veículo, o que engloba o serviço de assistência 24 horas, se há equipamentos no veículo que também precisam ser segurados etc. “A agilidade na regulação do sinistro e o atendimento 24 horas são pontos importantes”, ressalta.

“A quilometragem que o guincho pode percorrer para pegar o carro é algo muito importante. Se ele não cobre a área de distância onde o seu carro quebrou, imagina, você terá de arrumar o carro em um lugar estranho, em uma oficina estranha, onde todo mundo sabe que você não é daquele lugar. Se o serviço não for bem feito, você terá de brigar com a oficina à distância”, exemplifica Torii.

Terceiros e catástrofes naturais
Falhas mecânicas, colisões isoladas, roubo e furto são riscos que boa parte das apólices cobrem, já quando há envolvimento de terceiros, não. Por esse motivo, Simone Sartor alerta para a importância da inclusão deste item. “Isso é se proteger de uma perda financeira que você não sabe quanto é de antemão”, diz. Ou seja, em um acidente não dá para escolher bater em um carro mais barato que o seu.

Outro ponto a ser checado na hora de assinar o contrato é a cobertura em caso de catástrofes naturais, seja para a indenização integral quanto para reparação. “O cliente deve estar atento a isso e conversar com o corretor para saber quais seguradoras oferecem este tipo de serviço”, comenta a superintendente da área de Automóveis da SulAmérica Seguros.

No caso específico de alagamentos, desde 2004, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que fiscaliza as operações de seguro, determinou que todos os planos básicos – com cobertura contra colisão, incêndio e roubo – se responsabilizem também por submersão total ou parcial do veículo em água doce, inclusive se ele estiver guardado no subsolo.

Quando não vale a pena fazer o seguro?
Os valores do seguro variam de acordo com a idade dos usuários do veículo, o sexo, a freqüência da utilização e o nível de segurança do local onde o segurado mora ou trabalha. Outro fator que influencia é o modelo do veículo. Assim, Simone Sartor, recomenda comparar o valor da indenização com o valor do seguro. “Se o valor da indenização estiver próximo ao valor do seguro o proprietário mesmo paga o risco. Isso pode acontecer com carros muito antigos, porque os valores de indenização e das peças podem ser muito altos, inviabiliza a contratação”, explica.

“O seguro é a referência de um risco para qual o segurado passa para a seguradora. O importante é ver até que ponto a pessoa pode absorver o risco daquela perda sozinha ou transferir o risco para a seguradora”, acrescenta.

Na prática, Ragime Torii, aponta dois modelos que não valem a pena colocar no seguro: o Volkswagen Gol antigo e o Fiat Mille. Devido à visibilidade desses modelos para roubos e furtos, o valor da apólice sobe. Segundo ele, o seguro do modelo antigo do Gol chega a ser 50% mais caro de que modelos do mesmo preço em casos de que o segurado é um homem de 50 anos – perfil em que a cobrança do seguro costuma ser menor.

Embora o custo seja alto, se o carro não tem seguro nem está protegido de acidentes que envolvam terceiros, o prejuízo no carro será somado aos danos causados ao outro ou aos outros veículos envolvidos em um acidente.

 

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